O presidente da UER, Jean-Paul Philippot, e a sua diretora-geral, Ingrid Deltenre, escreveram ao primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, para lhe solicitar "que use todos os seus poderes para anular imediatamente esta decisão", indica a UER, em comunicado.
As cadeias da ERT deixaram de emitir hoje às 23:00 e os écrans ficaram negros, com o emissor principal, situado numa montanha perto de Atenas, a ser desactivado pela polícia, segundo fonte sindical.
Apesar de integrarem o Governo, os socialistas do PASOK e o principal partido da oposição, o Syriza, já manifestaram a sua oposição à medida.
O líder do Syriza, Alexis Tsipras, considerou a decisão governamental um "golpe de Estado".
O presidente do principal sindicato dos assalariados da ERT, Panayotis Kalfayanis, considerou o ato ilegal e acusou o Governo de ter "desligado o emissor principal", considerando que a situação "parece mais um governo de Ceausescu do que uma democracia".
No seu texto, a UER sustentou que "a existência de serviço público e a sua independência a respeito do Governo estão no coração das sociedades democráticas"".
A decisão do Governo de Atenas, anunciada hoje, vai levar ao despedimento de 2.700 pessoas.
"A ERT é um caso de extraordinária falta de transparência e de incrível esbanjamento. Isso acaba agora", disse o porta-voz do Governo, Simos Kedikoglou, em conferência de imprensa, acrescentando que "em seu lugar, começará a funcionar o mais rapidamente possível um organismo público, moderno, com muito menos pessoal".
Em comunicado, o sindicato da ERT afirmou que "o Governo está disposto a sacrificar a rádio e televisão pública para cumprir" as exigências dos credores internacionais (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).
A central sindical da administração pública, Adedy, descreveu o encerramento da emissora pública como um "golpe de Estado".
Na segunda-feira, os representantes da 'troika' iniciaram em Atenas mais uma avaliação regular da aplicação das medidas de austeridade e reformas estruturais exigidas como contrapartida dos empréstimos internacionais.
As reformas exigidas pela 'troika' incluem uma redução drástica do número de funcionários públicos, 2.000 até ao fim deste mês, e a fusão ou encerramento de organismos públicos.