O primeiro-ministro, Antonis Samaras, que agiu de forma autoritária no fecho da ERT, na passada terça-feira, deixando o ecrã negro e a rádio muda em todo o país, propôs aos seus parceiros governamentais, alguns momentos antes da publicação da decisão do Conselho de Estado, que reconsiderassem a sua decisão, altamente criticada na Grécia e no exterior.
Samaras comprometeu ainda a realizar uma remodelação ministerial "depois do congresso da Nova Democracia", previsto para o fim de Junho.
No final de uma reunião de mais de três horas, realizada durante a tarde de hoje, os socialistas do PASOK e os do partido da esquerda democrátrica Dimar - ambos aliados do primeiro-ministro grego - saudaram a decisão do Conselho de Estado.
Este Conselho determinou que sejam tomadas as medidas adequadas para retomar as emissões, além de ter determinado que é necessário avançar com um novo projecto de lei que reestruture aquele meio audiovisual público, que deverá ser aprovado pelo parlamento.
"Nenhum Governo tem o direito de fechar a televisão pública", declarou Evangelos Venizelos, líder do PASOK.
O líder socialista sublinhou ainda a "necessidade urgente" de o Governo promover uma remodelação ministerial e de fomentar uma melhor "coordenação governamental", a fim de promover uma "reforma radical".
Também o líder do Dimar, Fotis Kouyvelis, denunciou a decisão de Samaras encerrar a ERT.
Uma nova reunião tripartida ficou, entretanto, marcada para quarta-feira.
A decisão do Conselho de Estado de reabrir a ERT foi aplaudida por milhares de pessoas que pela sétima noite consecutiva se mantêm frente à sede da estação televisiva, nos arredores de Atenas.