O Presidente da Indonésia, Susilo Yudhoyono, pediu desculpas aos Governos da Malásia e de Singapura pelos incêndios na ilha de Samatra, cujo fumo contaminou o ar representando uma ameaça para a saúde dos residentes daqueles países, informou hoje a imprensa local.
"Como Presidente, peço perdão pelo que aconteceu e procurarei a compreensão dos nossos vizinhos em Singapura e na Malásia", declarou o chefe de Estado indonésio, numa mensagem transmitida pela televisão.
Susilo Yudhoyono afirmou ainda que o seu país assumirá a responsabilidade pelo sucedido e será firme para com os eventuais causadores de centenas de focos de incêndio que lavram nas florestas de Samatra.
As autoridades indonésias detiveram, esta segunda-feira, dois agricultores nos distritos Bengkalis e Rokan Hulu depois de os terem apanhado em flagrante a tentar atear novos fogos e que foram acusados de serem os responsáveis por pelo menos 400 hectares de queimadas.
A Greenpeace acusou as autoridades indonésias e as grandes empresas de extracção de óleo de palma de serem responsáveis por esta situação. "Quer se trate de uma empresa indonésia ou estrangeira, a lei será aplicada com firmeza e justiça", assegurou o chefe de Estado indonésio.
Não obstante os esforços aéreos e terrestres para controlar as chamas, os incêndios continuam a alastrar nas grandes plantações de Riau, território indonésio localizado, respectivamente, a cerca de 100 e 300 quilómetros de distância de Singapura e Kuala Lumpur.
A poluição causada pelos incêndios obrigou ao decretar de zonas de emergência e ao encerramento de escolas na Malásia e em Singapura.
O ministro do Meio Ambiente da Malásia, Palanivel, vai exortar, esta quarta-feira, Jacarta a ratificar o acordo da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) sobre a contaminação atmosférica transfronteiriça durante uma reunião com o seu homólogo indonésio.
"Está na hora de nos sentarmos -- todos os países -- para encontrar uma solução", indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros malaio, Anifah Aman.
Não existem dados oficiais detalhados sobre o número de incêndios ou a superfície consumida pelas chamas, mas segundo os ambientalistas há centenas de frentes que ardem sem controlo há duas semanas, os quais foram ateados intencionalmente nas florestas para abrir caminho para terrenos cultiváveis.
As autoridades indonésias e malaias delinearam medidas para diminuir a poluição, como o lançamento de produtos químicos para a atmosfera para provocar chuvas que aliviem a contaminação do ar.