Kevin Rudd volta assim a assumir as rédeas do Executivo australiano cerca de três anos depois de se ter visto obrigado a renunciar ao cargo na sequência de uma crise interna no seio do seu partido que fez com que Julia Gillard se torna-se na primeira mulher a dirigir a Austrália.
O ex-primeiro-ministro conquistou a liderança do Partido Trabalhista após ter derrotado, esta quarta-feira, a até aqui chefe do Governo por 57 votos contra 45.
Na breve cerimónia, também prestaram juramento Anthony Albanese, como vice-primeiro-ministro, e Chris Bowen, como chefe do Tesouro Federal da Austrália.
O cargo de vice-primeiro-ministro e chefe do departamento do Tesouro era ocupado por Wayne Swan, que renunciou após a saída de cena de Gillard.
Pouco depois da cerimónia, Rudd confirmou a sua nomeação como primeiro-ministro na Câmara Baixa do Parlamento australiano.
No primeiro discurso na qualidade de chefe do Governo, Rudd sublinhou que a vida política pode ser "muito dura", instando os deputados a lembrarem-se que são seres humanos, com família e emoções.
Kevin Rudd, que já tinha exercido o cargo de primeiro-ministro entre 2007 e 2010, reconheceu a figura e o trabalho da sua antecessora, Julia Gillard, por ter dirigido a nação "durante anos de difícil governo minoritário" e por ter realizado importantes reformas.
O líder da oposição, o conservador Tony Abbott, felicitou Rudd no Parlamento pela sua nomeação e lamentou a saída de Gillard, para defender, de seguida, que o líder deve ao Parlamento e ao povo australiano uma explicação relativamente à mudança na chefia do Governo.
Abbott também exigiu que Rudd se pronuncie a respeito das eleições gerais de 14 de Setembro, para as quais o líder da oposição conservadora parte em vantagem, segundo as sondagens.
Rudd deve proceder a uma remodelação no seio do elenco governativo na sequência da renúncia de vários ministros próximos de Gillard.