Um navio com combustível nuclear à base de plutónio e urânio (MOX), procedente de França, atracou hoje no Japão, sob fortes medidas de segurança, tratando-se do primeiro carregamento deste género desde o acidente de Fukushima.
O carregamento chegou à central nuclear de Takahama, na costa oeste do Japão, de manhã cedo, constatou um jornalista da agência noticiosa francesa AFP.
O navio zarpou do porto de Cherburgo, no noroeste da França, em meados de Abril.
Segundo o grupo nuclear francês Areva, o navio, que foi especificamente concebido para transportar material nuclear, foi escoltando pela embarcação ‘irmã’. Contudo, a rota seguida não foi revelada na totalidade.
O navio foi ‘recebido’ por um protesto anti-nuclear, que reuniu dezenas de pessoas.
“Não podemos aceitar o combustível MOX”, gritou um dos manifestantes, envergando um equipamento de protecção contra a radioactividade para ilustrar o seu ponto de vista.
Moradores das zonas que acolhem reactores atómicos encontram-se profundamente divididos sobre as centrais nucleares. Estas são, muitas vezes, a espinha dorsal das economias regionais, mas a memória de Fukushima ainda permanece viva dois anos depois do grave acidente nuclear.
O Japão dispõe de poucos recursos energéticos, sendo que antes do acidente, dependia fortemente da energia nuclear que fornecia cerca de um terço da electricidade produzida no país.
Actualmente, apenas dois dos 50 reactores existentes no Japão permanecem operacionais.