A Colômbia anunciou o estabelecimento de uma comissão de especialistas que irá viajar rumo aos Estados Unidos para obter dados da informação compilada através de actos de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) e a CIA.
Em declarações à imprensa, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, María Ángela Holguín, indicou que, na passada segunda-feira, se reuniu, em Bogotá, com o embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, Michael Mckinley, a quem pediu "uma explicação" sobre o sucedido.
"Concordámos em olhar para uma metodologia através da qual possamos ter uma maior clareza e que nos dêem mais informações dos alcances desta recolha de informação por parte da Agência de Segurança dos Estados Unidos", sublinhou a chefe da diplomacia, em declarações citadas pela Efe.
A mesma responsável realçou que foi o embaixador que "propôs a existência de uma equipa que trabalhe com as pessoas indicadas por parte dos Estados Unidos para que possamos entender quão longe vai esta questão".
María Ángela Holguín afirmou também ter manifestado ao diplomata McKinley o "inconformismo e o respeito que têm de existir pela soberania, pela privacidade das pessoas".
A chefe da diplomacia colombiana recordou, além disso, que, no passado dia 10, pediu aos Estados Unidos "explicações" sobre as denúncias de espionagem massiva por parte da Agência de Segurança Nacional e da CIA na região e, em especial, na Colômbia, no México e no Brasil.
No documento, Bogotá manifesta a sua "preocupação" relativamente às informações que vieram a público, rejeitando os "actos violadores do direito à intimidade das pessoas e das convenções internacionais em matéria de telecomunicações".
A imprensa brasileira indicou há algumas semanas que a rede de espionagem dos Estados Unidos, cujas operações foram reveladas pelo ex-analista da CIA, Edward Snowden, se estendeu por toda a América Latina, especialmente no Brasil, México e Colômbia.
Nessas informações sustenta-se que, a par do Brasil e México, Colômbia foi um "alvo prioritário" onde foram vigiados os movimentos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
No caso da Colômbia, as informações apontam que se trata de um país que "mantém uma aliança militar com os Estados Unidos sem paralelo com outros países da América do Sul", o que faz com que seja "uma área privilegiada para agências norte-americanas em toda a região".