O Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, afirmou, numa visita feita aos distritos, ter "vergonha" das estradas do país, refere um comunicado hoje divulgado pela Presidência timorense.
"As nossas estradas, as nossas infraestruturas são um grande problema. O pouco que fazemos está em piores condições em relação ao legado que a Indonésia nos deixou. O alcatrão que hoje pomos e que é tão sofisticado, amanhã está em mau estado. Como Presidente tenho vergonha", afirmou o Matan Ruak, citado no comunicado, depois de ouvir as lamentações da população.
Segundo o comunicado da Presidência timorense, o chefe de Estado disse também que as pessoas que fazem o "inaceitável também deveriam ter vergonha".
"Mas não a têm, porque a escondem. Por isso peço-vos que comecem a aprender a criticar o inaceitável", pediu às comunidades.
Durante a visita, que decorreu entre quinta-feira e domingo, o Presidente chegou a andar 10 quilómetros a pé para conseguir chegar a algumas comunidades.
"O caminho para a vossa terra é longo. Quando vinha a caminho, as minhas pernas fraquejavam. Mas como vos amo, não desisti. Se não vos amasse, tinha voltado para trás. O facto de eu ter vindo até aqui demonstra o quanto vos amo, porque foi daqui que noutros tempos defendemos a nossa nação. Estou contente por ter vindo apesar da distância," disse o chefe de Estado.
Na visita àquelas comunidades, Taur Matan Ruak ouviu das pessoas queixas pela falta de luz, água potável e de estradas.
Às pessoas, o Presidente pediu para trabalharem, porque há "muito trabalho pela frente que não pode ser feito apenas pelo Presidente e pelo Governo".
"Precisamos da contribuição de todos," disse o Chefe de Estado.
O Presidente timorense prossegue na quinta-feira a sua visita para diálogo com as comunidades que termina na próxima terça-feira em Same, costa sul do país, com a segunda cerimónia de desmobilização de elementos da antiga guerrilha timorense e com a inauguração da central elétrica de Betano.