Luther King III, que seguiu exemplo do seu pai na defesa dos direitos civis, pediu aos manifestantes reunidos em Washington para não darem "sequer um passo atrás" na luta pelos seus direitos e disse que o sonho que Martin Luther King disse ter tido há 50 anos ainda está por realizar nos Estados Unidos.
"Estou aqui neste lugar sagrado sobre as pegadas do meu pai, comovido pela história intensa, mas mais do que isso gosto de saber que vocês continuam a sentir a sua presença, que continuam a ouvir a sua voz [de desejo de alcançar um sonho]. (...) Mas este não é o tempo para as comemorações nostálgicas, (...) é tempo para continuar a tarefa", afirmou.
Luther King III fez a defesa da reforma das leis da imigração, que se encontra actualmente no centro da discussão política nos Estados Unidos, sustentando que "deve ser adoptada para que acabe o assédio que sofrem os irmãos e irmãs [sobretudo hispânicos] e para garantir-lhes o caminho da cidadania".
"Da mesma forma que estamos a recuperar da pior crise económica desde a Grande Depressão, os Estados Unidos precisam de um novo Plano Marshall para gerar empregos nas suas cidades, melhorar as infra-estruturas e criar um estímulo económico", acrescentou.
Luther King III invocou também o "imperativo fundamental do amor", um poder a que se referiu o seu pai no célebre discurso há meio século, para apelar ao fim da violência traduzida por episódios como os tiroteios de Columbine ou Newtown.
"Se cada um de nós fizer a sua pequena parte, nas nossas casas, nas nossas igrejas, nas nossas escolas, nos nossos empregos, nas nossas organizações, se em cada um dos aspectos da vida tentarmos alcançar a causa da liberdade, de certeza que a alcançaremos. Seremos então todos livres", concluiu.