Os peritos da ONU recolheram hoje em dois hospitais na Síria testemunhos de vítimas de um ataque em que alegadamente foram usadas armas químicas, perto de Damasco, indicou o secretário-geral das Nações Unidas.
Ban Ki-moon afirmou ainda que a ONU fez junto das autoridades sírias e da oposição "um firme protesto", depois da coluna de veículos com os peritos ter sido alvo de disparos, um incidente que, aparentemente, não fez feridos.
O protesto foi feito pela alta representante da ONU para o desarmamento, Angela Kane, que se encontra em Damasco.
O regime sírio acusou os rebeldes de serem responsáveis pelos disparos e a oposição responsabilizou as milícias que apoiam o presidente Bashar al-Assad pelo ocorrido.
"A Coligação da Oposição Síria e o Exército Sírio Livre condenam veementemente os actos de milícias do regime à entrada de Moadamiyat al-Cham (...) com disparos contra as viaturas que transportavam a equipa da ONU para a intimidar e impedir de chegar à verdade", refere um comunicado.
Segundo um porta-voz da ONU, os tiros atingiram a primeira viatura da coluna e a equipa acabou por ter de mudar de veículo antes de seguir para o local do ataque que vitimou centenas de pessoas na passada quarta-feira.
Após, o incidente e "apesar das circunstâncias difíceis", os peritos puderam "visitar dois hospitais e falar com testemunhas, sobreviventes e médicos e recolheram também amostras", disse Ban Ki-moon sem precisar a localização exacta dos hospitais.
Agora é preciso "esperar um pouco até haver uma primeira opinião do Dr. (Ake) Sellstrom", chefe da equipa, sobre esses elementos, afirmou Ban numa mensagem divulgada pela televisão da ONU a partir de Seul, onde está em visita.