O Presidente francês, François Hollande, afirmou hoje que a França está “pronta” para intervir militarmente na Síria para “punir” aqueles que atacaram inocentes com armas químicas.
“A França está pronta para punir aqueles que tomaram a decisão infame de atacar inocentes” na Síria, afirmou Hollande, durante um discurso dedicado à política externa, no âmbito de um encontro com embaixadores franceses em Paris.
“Hoje, a nossa responsabilidade é procurar a resposta mais adequada face aos abusos do regime” de Bashar al-Assad, disse o chefe de Estado francês, salientando que “o massacre químico de Damasco não pode ficar sem resposta”.
“Esta guerra civil ameaça neste momento a paz mundial”, sublinhou François Hollande, observando que “o conflito está a propagar-se a toda a região, no Líbano com atentados, na Jordânia e na Turquia com fluxo de refugiados, no Iraque com o desencadear de uma violência mortífera”.
Na mesma intervenção, Hollande anunciou que o Estado francês vai aumentar o apoio militar à oposição síria.
“Decidi aumentar o nosso apoio militar à Coligação Nacional Síria”, disse o chefe de Estado francês, sem adiantar mais pormenores.
Diante do corpo diplomático francês, Hollande invocou “a responsabilidade de proteger os civis”, estabelecida em 2005 pela Assembleia-geral das Nações Unidas, numa referência ao alegado ataque com armas químicas ocorrido no passado dia 21 de Agosto nos arredores de Damasco. Paris atribui a autoria do ataque ao regime do Presidente sírio Bashar al-Assad.
De acordo com fontes médicas no terreno, citadas pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização não-governamental de oposição a Al-Assad, com sede em Londres, mais de 300 pessoas morreram no ataque.
Hollande afirmou ainda que uma decisão sobre uma acção militar na Síria será tomada “dentro dos próximos dias”.
“Existem momentos em que esta responsabilidade é pesada: comprometer ou não comprometer a França, agir ou não agir, decidir ou não decidir, intervir ou deixar passar, uma vez mais esta questão repete-se e será repetida nos próximos dias”, declarou.
“A França decidiu exercer toda a sua responsabilidade, para si e para o resto do mundo”, concluiu o Presidente francês.