Milhares de tunisinos saíram às ruas de Bardo, perto da capital Tunis, na noite de sábado para pedir a demissão do Governo do partido islamita moderado Ennahda.
Esta manifestação marcou o último de 40 dias de luto pelo assassinato do líder da oposição Mohamed Brahmi, morto a tiro junto à sua casa a 25 de Julho.
As autoridades atribuem o assassinato de Brahmi e de outra figura da oposição a salafistas radicais, mas muitos apoiantes da oposição acusam o Governo de ter falhado na repressão contra os islamitas extremistas depois destas mortes.
Alguns membros da família de Brahmi chegaram mesmo a acusar o Ennahda de estar por detrás do assassinato, acusações negadas pelo partido.
Milhares de pessoas com retratos de Brahmi pediram no sábado a demissão do Governo tunisino, incluindo familiares e amigos do ex-líder da oposição.
A Frente de Salvação Nacional, um grupo de partidos da oposição responsável pela campanha contra o Governo tunisino desde a morte de Brahmi, prometeu continuar a exercer pressão sobre o executivo no sentido da sua demissão.
O Ennahda tem resistido e propôs alargar a coligação no poder e organizar eleições em Dezembro, para que a Assembleia Nacional possa terminar a elaboração de uma nova Constituição para substituir a que esteve em vigor durante a presidência de Zine el Abidine Ben Ali, deposto na revolução de 2011 da "primavera árabe".