A comissária para o Clima, Connie Hedegaard, disse que tanto as nações ricas como as pobres devem preparar-se para estabelecer limites vinculativos para limitar a subida do aquecimento global a dois graus Celsius em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial.
Os negociadores dos países determinaram o ano de 2015 como limite para a assinatura em Paris do mais ambicioso acordo da ONU, que pretende que pela primeira vez todos os Estados se comprometam com limites quantificados para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, que estão a aquecer a Terra, até 2020.
"Este limite temporal (2015) tem de ser levado a sério e tem de implicar resultados substanciais", disse Hedegaard à imprensa, durante uma deslocação às Filipinas.
Chamou ainda a atenção para o facto de as negociações sobre as alterações climáticas terem perdido alguma urgência por a crise económica, na Europa e no Ocidente, ter distraído muitos responsáveis.
"Apesar de muitos de nós partilharem algum sentimento de frustração por as coisas estarem a avançar de forma demasiado lenta, a frustração não reduz emissões, só as acções concretas o fazem", disse.
Questionada se estava optimista quanto à possibilidade de conseguir compromissos legalmente vinculativos em 2015, Hedegaard respondeu que os governos têm de acreditar no processo.
"Se é para haver credibilidade no processo multilateral, então a meta de 2015 de ser cumprida", considerou.
A comissária afirmou ainda todos os países têm de ser "legalmente obrigados da mesma forma a fazer o melhor que puderem, segundo as suas capacidades".
Porém, acrescentou que a União Europeia também acredita realisticamente que os países desenvolvidos que poluem "têm de fazer mais do que os países menos desenvolvidos".
A decisão de limitar o aquecimento global foi adoptada formalmente na conferência da Organização das Nações Unidas, realizada em Copenhaga, em 2009, e permanece um objectivo nas negociações para a definição de um acordo, novo e global, que deve entrar em vigor em 2020.