A proposta da Rússia, para que a Síria entregue o arsenal de armas químicas à comunidade internacional, é um “desenvolvimento potencialmente positivo”, admite o presidente dos Estados Unidos.
Barack Obama, em entrevista à estação de televisão CNN, mostrou-se cauteloso, mas afirmou que este desenvolvimento “seria improvável” se os Estados Unidos não tivessem colocado em cima da mesa a hipótese de uma intervenção militar contra a Síria.
Questionado se a proposta russa pode evitar um ataque contra a Síria, Barack Obama respondeu que “é possível, se for verdadeira”.
“Certamente, é um desenvolvimento positivo quando russos e sírios fazem gestos para lidar com a questão das armas químicas. É isto que temos vindo a pedir, não apenas na última semana ou no último mês, mas nos últimos dois anos, porque estas armas químicas representam uma ameaça significativa para todas as nações e para os Estados Unidos, em particular”, salientou.
Os Estados Unidos acusam o regime sírio da autoria de um ataque com armas químicas nos arredores de Damasco, a 21 de Agosto, em que morreram 1.400 pessoas.
Questionado sobre as palavras do presidente sírio, Bashar al-Assad, que ameaçou responder com todos os meios possíveis a uma intervenção norte-americana, Obama desvaloriza em toda a linha o potencial sírio.
“O presidente Assad não representa uma ameaça credível para os Estados Unidos. Os seus aliados, o Irão e o Hezbollah, podem levar ataques coordenados contra nós, mas, com franqueza, o tipo de ataques que podem fazer contra nós são do mesmo género daqueles com que lidamos diariamente contra as nossas embaixadas pelo mundo ou contra funcionários norte-americanos na região. Essas são ameaças com que lidamos sempre, por isso, o presidente Assad não representa qualquer ameaça para os Estados Unidos”, frisou.
O presidente dos Estados Unidos concedeu entrevistas a seis televisões norte-americanas e esta terça-feira tem marcada uma declaração ao país sobre a Síria.
À espera de aprovação pelo Congresso norte-americano está uma resolução para autorizar um ataque limitado à Síria, em retaliação contra o uso de armas químicas.