Polícias chineses alegadamente abriram fogo sobre manifestantes no Tibete, causando 60 feridos, anunciaram hoje organizações não-governamentais que denunciam uma repressão contra os tibetanos na região.
Os manifestantes estavam concentrados no domingo no distrito de Biru para exigir a libertação de um homem detido por alegadamente se ter recusado a içar a bandeira da China, indicou a organização Free Tibet.
"As forças de segurança começaram a bater nos tibetanos, causando feridos, depois recorreram a gás lacrimogéneo e dispararam cegamente no meio da multidão", acrescentou a mesma organização sedeada no Reino Unido.
Pelo menos dois manifestantes estão em estado crítico, segundo a Free Tibet.
Uma outra organização não-governamental, a Campanha Internacional pelo Tibete, disse que não tem certeza de que a polícia tenha disparado balas reais contra os manifestantes, mas confirmou haver feridos.
Um polícia de Biru desmentiu o incidente em declarações à agência AFP.
"Não houve nem manifestação nem feridos", disse.
A Free Tibet e a Campanha Internacional pelo Tibete constataram recentemente que se verifica uma repressão e violência por parte da polícia nas zonas tibetanas chinesas.
A China alega ter "libertado pacificamente" o Tibete e melhorado a vida da sua população, financiando o desenvolvimento económico da região empobrecida e isolada, mas muitos tibetanos alegam ser alvo de uma dominação dos han, a principal etnia da China, que dizem levar a cabo uma repressão contra a sua religião e cultura.
Cerca de 120 tibetanos imolaram-se pelo fogo ou tentaram fazê-lo desde 2009 em protesto.