Novo ataque faz 3 feridos em Moçambique

Novo ataque faz 3 feridos em Moçambique

O Incidente acontece em vésperas de eleições municipais. Pouco mais de três milhões de eleitores vão votar nas eleições autárquicas, as quartas do género na história do país.

Três pessoas ficaram feridas esta terça-feira na sequência de um novo ataque no centro de Moçambique, na véspera das eleições municipais.

O ataque ocorreu por volta das 7h30 (5h30, em Lisboa) e visou um camião integrado numa coluna militar que tinha partido de Muxúngu, em direcção ao rio Save, cerca de 200 quilómetros a sul.

Herculano João, motorista do camião atingido, disse à agência Lusa que tinham “acabado de sair de Muxúnguè há cinco minutos quando foram atacados a tiro". O motorista adiantou que no seu veículo ficaram feridas duas pessoas.

Mas Pedro Vidamão, director do Hospital Rural de Muxúnguè, na província de Sofala, confirmou a entrada naquele estabelecimento de "três feridos por projécteis". Vidamão disse à Lusa que os feridos "estão em tratamento".

Eleições, tensão e ameaça de boicote
O ataque desta terça-feira acontece em vésperas das eleições municipais. Pouco mais de três milhões de eleitores de 53 dos 128 distritos municipalizados de Moçambique vão votar na quarta-feira nas eleições autárquicas, as quartas do género na história do país.

O presidente da Comissão Provincial de Eleições da Cidade de Maputo, Víctor Miguel, garantiu que "estão criadas" as condições necessárias à realização das eleições, assegurando que o escrutínio foi "super bem preparado".

No entanto, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, já indicou esta terça-feira que vai boicotar o escrutínio em protesto contra a falta de inclusão do princípio da paridade na composição dos órgãos eleitorais, que acusa de favorecimento à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

Ao longo do último mês reacendeu-se a tensão entre o Governo (Frelimo) e a oposição (Renamo), depois de a casa de Afonso Dhlakama ter sido atacada pelas forças armadas. A Renamo declarou o fim do acordo de paz assinado em 1992, apesar de ter vindo dizer mais tarde que não pretende regressar à luta armada.

Além da instabilidade político-militar entre as forças armadas e os ex-guerrilheiros da Renamo, Moçambique atravessa uma onda de crime, com raptos quase diários.

Fonte:RR