Eleições em Moçambique sem sobressalto

Eleições em Moçambique sem sobressalto

As eleições municipais desta quarta-feira em Moçambique ficaram marcadas por uma afluência elevada e por um número reduzido de incidentes, apesar da tensão entre a Renamo e o Governo.

A situação mais grave foi registada da parte da manhã, na província da Gorongoza, no Centro do país, disse à Renascença o jornalista Emanuel Pereira, da agência Lusa em Maputo.

“Ouviram-se disparos, mas o administrador da vila disse que esses disparos acabaram por não criar distúrbios junto dos eleitores, uma vez que a intervenção do exército acabou por afastar esses homens que dispararam e que, alegadamente, são do partido Renamo, que não participou nestas eleições”, refere Emanuel Pereira. 

As urnas fecharam pelas 16h00 (hora de Portugal Continental) e a afluência foi elevada nestas eleições municipais que são consideradas um teste para as presidenciais do próximo ano.

Cerca de três milhões de eleitores foram chamados a votar em 53 municípios do país, mas a Renamo fez questão de não estar nos boletins de voto.

O jornalista Emanuel Pereira explica que, atendendo ao resultado das últimas eleições, a expectativa é de que a Frelimo vença na maioria dos 53 municípios. Outra questão em aberto é saber se o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) consegue manter dois municípios.

Sem certezas absolutas, é possível que ainda esta quarta-feira possam ser conhecidos os primeiros resultados destas eleições municipais em Moçambique.

Ao longo do último mês reacendeu-se a tensão entre o Governo, liderado pela Frelimo, e o maior partido da oposição, a Renamo, depois de a casa de Afonso Dhlakama ter sido atacada pelas forças armadas. A Renamo declarou o fim do acordo de paz assinado em 1992, apesar de ter vindo dizer mais tarde que não pretende regressar à luta armada.

Além da instabilidade político-militar entre as forças armadas e os ex-guerrilheiros da Renamo, Moçambique atravessa uma onda de crime, com raptos quase diários.

Fonte: RR