Em França, os deputados aprovaram, com uma esmagadora maioria, a prolongação da operação militar na República Centro-Africana, iniciada em fevereiro e que integra 2000 soldados franceses.
No terreno, os militares desarmaram as milícias, mas a limpeza étnica, essa, continua – apesar das promessas do novo governo de proteger todos os cidadãos do país.
Yaloke é exemplo da divisão. Nesta localidade banhada por um rio rico em ouro, onde outrora cristãos e muçulmanos cooperavam, hoje, a realidade é outra.
“Acabou-se. Não queremos mais muçulmanos. Se voltarem, o inferno recomeça no mesmo dia”, garante uma mulher cristã.
Outros, pelo contrário, apercebem-se que os cristãos extraiam o ouro, mas eram os muçulmanos que o comercializavam. Um equilíbrio agora perdido e que alguns gostariam de restaurar.
É o caso de um homem cristão: “Os nossos irmãos muçulmanos, que viviam connosco há 50 anos, deviam continuar aqui, com as suas atividades comerciais como dantes.”
Mas uma grande parte da minoria muçulmana do país, agora perseguida pelos cristãos, escolheu o caminho do exílio para escapar às ameaças de morte e ruma ao Chade e aos Camarões.