Vive-se uma espécie de contrarrevolução na região ucraniana da Crimeia, “um jogo muito perigoso”, segundo diplomatas europeus.
A bandeira russa foi hasteada no Parlamento de Simferopol depois de um grupo armado ter invadido o edifício onde ainda continua barricado.
A NATO está “extremamente preocupada” com os últimos acontecimentos na península de maioria russófona do sul da Ucrânia, que pretende realizar um referendo sobre a autonomia no mesmo dia (25 de maio) em que estão agendadas as presidenciais antecipadas.
Nas ruas de Simferopol, um pró-Rússia afirma que, “em Kiev, 2000 bandidos armados tomaram de assalto o poder e destituíram o presidente eleito e as autoridades legitimas. Não quero dizer com isto que o antigo regime era bom, mas que estão a substituir velhos ladrões por novos criminosos”.
A república autónoma da Crimeia tem sido disputada. A grande maioria dos habitantes, russófonos, apoia Moscovo e sonha com uma reunificação ou pelo menos com mais autonomia. Os tártaros não esquecem a deportação imposta por Estaline durante a Segunda Grande Guerra e são irredutíveis defensores da unidade da Ucrânia. Os confrontos já fizeram pelo menos dois mortos e mais de 30 feridos, esta semana.
“Não vamos chamar o nosso povo para lutar, mas tenho medo que a situação poderia seja usada por extremistas radicais, incluindo pessoas da Crimeia. Se e quando seja derramada a primeira gota de sangue, assim que morrer uma pessoa, será quase impossível travar a violência”, referiu um representante do Conselho dos Tártaros.
Segundo o enviado da euronews a Simferopol, Sergio Cantone, “a situação na Crimeia é cada vez mais perigosa. E esta ação (o assalto ao Parlamento), numa perspetiva política, parece uma reação ao que está a acontecer em Kiev a um nível político mais geral”.