John Kerry insistiu que o seu país e os seus aliados não querem aumentar o nível do conflito e louvou o Governo ucraniano pela forma contida como tem lidado com o assunto.
John Kerry afirmou esta tarde em Kiev que os Estados Unidos e os seus aliados estão preparados para isolar Moscovo de forma política, diplomática e económica, caso a Rússia não envie as suas tropas de volta para as bases na Crimeia.
Kerry, o secretário de Estado da administração Obama, chegou a Kiev esta tarde com promessas de apoio financeiro e logístico para a Ucrânia, num contexto de conflito com a Rússia.
Forças russas ocuparam a península da Crimeia na Sexta-feira dia 28 de Fevereiro e dominam agora a região, cercando inclusive cerca de uma dezena de bases militares ucranianas.
Numa conferência de imprensa na embaixada americana, John Kerry insistiu que o seu país e os seus aliados não querem aumentar o nível do conflito e louvou o Governo ucraniano pela forma contida como tem lidado com o assunto.
“Se a Rússia quisesse diminuir a intensidade deste conflito, enviaria as suas tropas de volta para as bases. Estou aqui para deixar claro que os EUA gostariam de ver este conflito diminuído. Preferíamos ver a questão resolvida através das instituições internacionais”, disse Kerry.
“Mas se a Rússia optar por não desintensificar, então não teremos qualquer opção que não aumentar as medidas para isolar a Rússia de forma política, diplomática e económica”, sublinhou o representante do Governo de Barack Obama.
O secretário de Estado, equivalente a Ministro dos Negócios Estrangeiros, elencou as várias acusações que têm sido feitas pela Rússia em relação a esta situação, desmentindo-as.
“O Governo russo quer que acreditemos que foi a oposição que desrespeitou o acordo de 21 de Fevereiro [que previa a manutenção de Yanukovich no poder até à realização de eleições], ignorando o facto de ter sido Yanukovich a romper com a sua obrigação de assinar o acordo, fugindo na noite, destruindo documentos. Abandonando o seu povo e o seu país”, disse.
“A Rússia quer que acreditemos que o Governo representa extremistas, ignorando o facto de o parlamento ter aprovado o novo Governo, incluindo membros do partido de Yanukovich”.
“Falam na fuga em massa de ucranianos para a Rússia, de ataques a Igrejas no oriente da Ucrânia, isso também não aconteceu. Querem que acreditemos que Kiev está a desestabilizar a Crimeia, mas não há qualquer prova que o sustente”, disse Kerry, deixando claro que os EUA estão claramente ao lado da Ucrânia neste conflito.