O parlamento da Líbia demitiu esta terça-feira o primeiro-ministro da Líbia, Ali Zeidan, e nomeou para o lugar de forma interina o até então ministro da Defesa, Abdullah al-Thani, que será o novo chefe de Governo até o Congresso nomear um novo permanente num prazo estimado de duas semanas.
Uma moção de perda de confiança em Ali Zeidan foi colocada a votação e aprovada pelo Congresso Geral Nacional líbio depois de um navio-cisterna de bandeira norte-coreano ter escapado com um carregamento ilegal de petróleo pertencente à Líbia.
O navio tinha sido notícia na segunda-feira, por estar alegadamente retido após ter comprado 250 mil barris de petróleo no porto de Sidra a rebeldes federalistas.
Liderados por Ibrahim Yidran, presidente do autodenominado Gabinete Político da região de Barka, no leste do país, os rebeldes tomaram pelas armas o controlo de vários portos na região, incluindo o de Sidra, e exigem que a Líbia se torne num Estado federalista, dividido em três regiões: Tripoli, no noroeste; Fazan, no sudoeste; e Barka, no leste.
As autoridades líbias não têm conseguido chegar a acordo com os rebeldes, que em novembro anunciaram a criação de uma companhia de gás e petróleo para vender a produção dos portos que controlam. Em várias ocasiões, as autoridades líbias ameaçou recorrer à força para impedir a aproximação de barcos sem autorização aos portos petrolíferos controlados pelos federalistas.
O crude é a principal fonte de riqueza da Líbia. A atual capacidade de produção do país fixa-se nos 1,4 milhões de barris diários depois de ter sido drasticamente reduzida devido aos contínuos cortes registados em diversos poços e portos petrolíferos do país. Nomeadamente naqueles que foram tomados pelos grupos armados. Essa redução causou prejuízos de muitos milhões de euros aos cofres da Líbia.
Por tudo isto, o Congresso Geral Nacional, desta vez não perdoou ao primeiro-ministro a fuga deste barco norte-coreano, que transportava petróleo comprado aos rebeldes e à partida estava controlado pela marinha líbia. Depois de anteriores tentativas que não obtiveram os 120 votos necessários, esta terça-feira 124 dos 190 membros dos parlamento líbio decidiram retirar a confiança ao chefe de Governo.