Foi aos gritos de “poder assassino” que centenas de jovens argelinos bloquearam as ruas de Raffour – uma cidade da Cabília a 120 quilómetros da capital – e se envolveram em confrontos com as forças da ordem.
Protestam contra as eleições presidenciais desta quinta-feira. “Não estamos do lado de ninguém! Não estamos nem com Bouteflika nem com Benflis. Estamos fartos deste sistema, estamos fartos deste poder, estamos fartos de tudo o que se passa na Argélia”, explica um jovem.
Pelo menos, 70 pessoas ficaram feridas, durante os confrontos, que começaram quando os manifestantes atacaram as assembleias de voto, numa forma de boicote a um escrutínio que denunciam. Outro popular afirma: “A população rejeita estas eleições, em termos de conteúdo e de forma. Não é uma eleição, é uma palhaçada”.
Esta população hostil ao escrutínio denuncia a crónica de uma vitória anunciada para Abdelaziz Bouteflika, que, aos 77 anos, se candidata ao seu quarto mandato consecutivo, apesar do AVC que lhe deixou sequelas ao nível da fala e da mobilidade.
Talvez por isso, apenas 51,7% dos 23 milhões de eleitores se tenha deslocado às urnas. Uma taxa de participação que não augura nada de bom para o principal adversário de Bouteflika, Ali Benflis.
Os resultados deverão ser anunciados esta sexta-feira.