Vaticano condena rapto de mais de 200 adolescentes na Nigéria

Vaticano condena rapto de mais de 200 adolescentes na Nigéria

Director da sala de imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, fala em acto de “terrorismo odioso”.

O porta-voz do Vaticano condenou esta quinta-feira o rapto de mais de 200 adolescentes na Nigéria, reivindicado pelo grupo islâmico Boko Haram, e disse que se trata de um acto de “terrorismo odioso”.

“Unimo-nos aos inúmeros apelos pela sua libertação e a sua restituição a uma condição normal de vida”, disse aos jornalistas o padre Federico Lombardi.

O grupo islamita reivindicou na segunda-feira o sequestro das jovens, ocorrido a 14 de Abril, e ameaçou vendê-las como escravas. Às 223 meninas que, segundo as autoridades, continuam sequestradas soma-se 11 menores raptadas pelo Boko Haram no último domingo, segundo um novo balanço comunicado nesta quarta-feira.

O padre Lombardi afirmou que estas acções “soma-se a outras formas horríveis de violência que há muito tempo caracterizam a actividade deste grupo” no país africano.

“A negação de qualquer respeito pela vida e pela dignidade das pessoas, mesmo as mais inocentes, vulneráveis e indefesas, exige a condenação mais firme e suscita a compaixão mais sentida pelas vítimas, o horror pelos sofrimentos físicos e espirituais e as humilhações inacreditáveis que lhes são infligidas”, afirmou o director da sala de imprensa da Santa Sé.

Estados Unidos da América, Reino Unido e França ofereceram a sua ajuda à Nigéria, num momento em que decorre uma campanha internacional pela libertação das menores.

“Esperamos e rezamos para que a Nigéria, graças ao compromisso de todos os que podem contribuir para isso, encontre o caminho para pôr ponto final a uma situação de conflito e terrorismo odioso, fonte de dores incalculáveis”, concluiu o porta-voz do Vaticano.

Num vídeo, o líder dos Boko Haram, Abubakar Shekau, afirma que vai vender as adolescentes, com idades entre os 12 e os 18 anos, porque entende que o destino das mulheres é casar e não estudar.

A Nigéria tem sido palco de vários atentados contra as comunidades cristãs, na sua maioria reivindicados pelo grupo fundamentalista islâmico Boko Haram, nome em língua hausa que significa “a educação ocidental é pecaminosa”, que pretende a implementação da lei islâmica, a sharia.

O Ignatius Kaigama, presidente da Conferência Episcopal Nigeriana, disse à Rádio Vaticano que se está perante uma tragédia de "enormes proporções. Apelamos a este grupo terrorista para que não faça mal às jovens, para que as liberte imediatamente e as devolva aos seus pais", declarou.