As Forças Armadas da Tailândia saíram à rua na passada noite de segunda-feira para impor lei marcial no país, depois de meses de impasse político que conduziram já a vários episódios de violência e estão a afectar a economia.
Militares tomaram posição junto das emissoras das principais estações de televisão, enquanto o canal estatal passava uma mensagem a informar que tinha sido imposta a lei marcial, recordando que: “A imposição de lei marcial não é um golpe de Estado”.
Fontes do Governo disseram que o Governo não tinha sido consultado sobre a decisão, mas um porta-voz das Forças Armadas afirmou que a legitimidade do Governo não é afectada: “Isto não tem nada a ver com o Governo, que continua a funcionar normalmente. A lei marcial é apenas para restaurar a paz e a estabilidade”, diz o Coronel Winthai Suvari.
O próprio Governo é, no entanto, provisório e um símbolo da instabilidade política que tem reinado no país nos últimos anos, tendo-se agravado nos últimos seis meses. A primeira-ministra Yingluck Shinawatra foi destituída, juntamente com nove ministros, no passado dia 7 de Maio, por ordem do Tribunal Constitucional. Yingluck é irmã de outro ex-primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra, que também foi destituído, mas por golpe militar, e encontra-se actualmente exilado.
Os partidários da família Shinawatra, conhecidos como os “vermelhos”, por oposição aos “amarelos” tendencialmente mais conservadores, protestaram contra as decisões, vindo a Banguecoque, das zonas rurais onde se encontram em maior número, mas os “amarelos” não se ficam atrás, tendo paralisado frequentemente a capital durante o mandato de Yingluck.
A violência de parte a parte já fez várias mortes e ao longo dos últimos meses estava a afectar gravemente a economia.
Os militares que agora impuseram a lei marcial querem que os políticos conversem uns com os outros para chegar a um entendimento, mas dizem-se prontos a recorrer à violência contra quem procure utilizar armas para ferir civis.