“Inacabado e sujo”, é como a imprensa brasileira descreve o estádio que vai receber o primeiro jogo do Campeonato do Mundo de Futebol, daqui a 24 dias, em São Paulo.
O Itaquerão, o recinto que a 12 de Junho vai ser o palco do Brasil - Croácia, recebeu este domingo o primeiro jogo que serviu de teste para as autoridades.
A inauguração ficou marcada por duras críticas por parte da imprensa brasileira. Bilhetes com números de lugares que não existem, casas de banho inacabadas, falta de sinalização em Inglês e maus acessos, são apenas alguns dos exemplos.
A menos de um mês do pontapé de saída, Marcelo Riso, jornalista responsável pelo tema Copa no jornal “Folha de São Paulo”, admite à Renascença que os seis estádios ainda inacabados estão a ser um dos principais problemas deste campeonato.
"Seis estádios já estão prontos deste o ano passado, mas os outros seis que deveriam estar prontos deste Dezembro, três estão bem e os outros três não estão. Inclusivé, o estádio que vai receber o primeiro jogo, em São Paulo, não está pronto, não vai ser entregue pronto", sublinha.
Nem todos os brasileiros estão contra o Mundial
A segurança no Brasil - que tem sido criticada internacionalmente - não é motivo para preocupações. Pelo menos é o que defende o jornalista da “Folha de São Paulo”.
Diz que no Brasil “há alguma insegurança”, mas que “o policiamento vai ser reforçado como foi nos outros países”. Acredita também que as manifestações são apenas uma forma de o povo atingir melhores condições de vida e trabalho, mas que o Governo de Dilma Rousseff não vai deixar que causem danos durante o mês do evento.
Marcelo Riso explica que nem todos os brasileiros estão contra o Mundial “e isso nota-se nas vendas de bilhetes para os jogos do Brasil que estão quase esgotados”.
Em 2007, quando o Brasil foi escolhido para receber este evento fizeram-se grandes festas, e nada mudou. De acordo com o jornalista, sempre existiram alguns grupos contra esta iniciativa e, agora, estão “simplesmente a aproveitar para pressionar o Governo”, para que os oiça “com mais calma e vontade” do que se fosse noutra altura.
Se, por um lado, existem sindicatos e grupos organizados que “defendem melhor saúde e educação” em detrimento da construção de estádios, por outro, acrescenta, também existe quem esteja a aproveitar o evento para “negociar e vender mais”.
E quanto às pessoas e empresas que já pensaram em desistir de ir ao Brasil pelos aspectos negativos que têm sido divulgados, o jornalista de um dos maiores jornais do país convida a presença de todos, defendendo que “as más notícias correm mais depressa” e que “a situação não é tão má como tem sido transmitida no estrangeiro”.
Para Marcelo Riso, vai ser um mês sem grandes problemas, até porque considera o “Brasil como equipa favorita” deste Campeonato.