Apesar do trambolhão, o Partido Popular Europeu (PPE) continua a ser o maior grupo do hemiciclo, com 214 deputados (contra 273 na actual legislatura).
De acordo com as projecções mais recentes do Parlamento Europeu, os socialistas têm neste momento 189 deputados. Os "outros", deputados cuja pertença a um determinado grupo político ainda não está definida, são neste momento 63 (incluindo os quatro lugares por apurar em Portugal) e podem modificar a correlação de forças no hemiciclo.
Perante este pano de fundo, Jean-Claude Juncker, o candidato do PPE à presidência da Comissão Europeia, voltou a reivindicar vitória, repetindo a ideia já deixada na noite de domingo de que é inevitável procurar um entendimento com os socialistas, mas não a qualquer preço: "venci as eleições, não me ajoelharei perante ninguém".
Do lado socialista, Peter Stanishev, o búlgaro que preside ao partido, declarou esta segunda-feira de manhã que o PPE foi o "grande derrotado" destas eleições, pois perdeu "cerca de 20%" do seu grupo parlamentar.
Stanishev recusou reconhecer prioridade a Juncker na tentativa de formar uma maioria parlamentar, ao dizer que "cada candidato precisa de obter apoios no PE" e que estes são "processos paralelos". Ou seja, o Partido Socialista Europeu está a contar espingardas para pôr em causa a maioria de que o PPE precisa para consagrar Juncker na presidência da Comissão Europeia.
É com este ambiente de dúvida que os líderes dos 28 se encontram terça-feira em Bruxelas para um jantar.
O resultado das europeias será o prato principal, mas do encontro não deverá sair qualquer fumo branco.
O encontro será precedido pela reunião da "conferência de presidentes" do PE, que junta os responsáveis dos diferentes grupos políticos e que poderá servir para desbravar caminho nesta discussão.