No seu primeiro discurso perante as cortes, o novo rei de Espanha apelou à unidade na diversidade. “Cabemos todos”, disse, terminando com um reconhecimento ao povo espanhol: “Sinto-me orgulhoso dos espanhóis”.
É com olhos postos no futuro, mas sem esquecer o legado do passado, que Filipe VI inicia o seu reinado. O novo rei de Espanha quer um país unido na diversidade, encontrando nas diferenças a força para manter o estatuto conquistado no seio da Europa e no mundo.
“Os cidadãos devem ser o eixo da acção política. Queremos uma Espanha em que todos os cidadãos mantenham a confiança nas instituições, numa sociedade baseada no respeito e civismo”, começou por afirmar o novo monarca espanhol, renovando a sua “fé na unidade da Espanha, da qual a Coroa é símbolo”.
Esta quinta-feira, no Parlamento, Felipe VI fez a exaltação da continuidade do caminho iniciado pelos seus antecessores – nomeadamente o seu pai, o rei Juan Carlos – e a defesa da necessidade de enfrentar os desafios deste século, referindo-se, a esse propósito, várias vezes ao papel dos “homens e mulheres da minha geração”.
“Os espanhóis da minha geração aspiram reactivar as nossas instituições, a primazia dos interesses gerais e fortalecer a cultura democrática”, destacou.
“O novo século nasceu sob o signo da mudança que nos situa numa realidade bem diferente do seculo XX. Todos sentimos que estamos a viver um tempo diferente, com incertezas e receios, que nos abrem também novas oportunidades de progresso. Esse desafio chama todos a agir. É uma tarefa que nos pede uma mudança de mentalidades e de atitudes, bem como determinação e visão de responsabilidade”, afirmou.
Felipe VI deu, então, o desemprego como exemplo de um grande obstáculo a ultrapassar no país e comprometeu-se a participar nessa luta, ao lado das instituições democráticas.
Referiu depois outro desafio do novo século: o ambiente, tema que tem merecido a sua atenção enquanto príncipe das Astúrias.
Ainda com os olhos postos no futuro, o novo rei de Espanha defendeu a importância de o país contribuir para o fortalecimento da Europa – “não é política externa, é um dos maiores projectos para o futuro de Espanha – e a defesa dos seus interesses e dos direitos dos seus cidadãos “no quadro das Nações Unidas”.