O primeiro-ministro italiano apresentou ao parlamento, em Roma, as prioridades da presidência semestral da União Europeia a uma semana da passagem de testemunho da Grécia a Itália.
Matteo Renzi defendeu um regresso aos valores sociais europeus para lá do simples debate económico e financeiro apelando aos 27 para virarem a página da austeridade para se concentrarem sobre a promoção do crescimento económico.
Um desafio paralelo ao da recuperação financeira do país.
“Nos próximos três anos o nosso governo vai desafiar o parlamento de uma forma positiva e proativa para melhorar as condições do país, sem que as reformas sejam ditadas pelo exterior. Vamos reforçar as reformas não porque alguém o exige mas porque temos consciência da urgência da situação”, afirmou Renzi.
Face ao resultado dos partidos eurocéticos e de extrema-direita nas últimas eleições europeias, o primeiro-ministro não hesitou em deixar um aviso a Bruxelas: “ou defendemos valores comuns, ou podem ficar com a vossa moeda e nós ficaremos com os nossos valores”.
A imigração é igualmente um dos temas chave da presidência italiana da UE que se inicia a 1 de julho quando Roma pede mais solidariedade para fazer face à vaga de clandestinos no mediterrâneo.
Um discurso distante daquele de Berlusconi durante a presidência italiana em 2003, que mantém no entanto o tom de desafio, depois de ter defendido a urgência de avançar para a criação de uns “Estados Unidos da Europa”.