Kiev e Moscovo chegam a acordo para relançar as discussões de paz no leste da Ucrânia, após seis horas de reuniões e duas horas de discussões entre Vladimir Putin e Petro Poroshenko em Minsk.
O primeiro encontro entre os dois líderes desde o início do conflito, em março, saldou-se por uma nova declaração de intenções, quando a Ucrânia afirma ter obtido o apoio de russos e europeus a um novo plano de paz com vista a um cessar-fogo no território.
“Chegámos a um acordo que visa reativar a atividade do grupo de contato trilateral e, espero que vejamos em breve a libertação de todos os reféns ilegalmente sequestrados”, afirmou Poroshenko.
O líder ucraniano garantiu que as consultas bilaterais sobre o reforço da segurança na fronteira deverão ser iniciadas nos próximos dias, para abordar o tema sensível do trânsito de armas na região.
Vladimir Putin, garantiu por seu lado o seu apoio a um processo de paz sem condições prévias, “falámos sobre a necessidade de pôr fim ao derramamento de sangue o mais rapidamente possível, sobre a necessidade de chegar a um acordo político que abarque todos os problemas que a Ucrânia enfrenta no sudoeste do país. Pela nossa parte, a Rússia vai fazer tudo para garantir este processo de paz – quando este for iniciado e acreditamos que deve ser iniciado o mais rapidamente possível”.
Os dois países decidiram igualmente cooperar no envio de ajuda humanitária à cidade de Lugansk, controlada pelos separatistas, depois da última intervenção russa na região ter sido considerada uma “invasão” por Kiev.
Um acordo que, para já, está longe de ultrapassar as divisões dos dois países, quando Kiev e a União Europeia acusam a Rússia de apoiar os separatistas que controlam as cidades de Donetsk e Lugansk.
A enviada da euronews conclui, “estas negociações complicadas e longas não trouxeram quaisquer soluções imediatas para a situação na Ucrânia. No entanto, conseguiram relançar uma série de discussões, ainda que indiretas entre a Ucrânia e a Rússia, que deverão ter lugar o mais rapidamente possível”.