As Nações Unidas vão enviar uma equipa de investigadores para apurarem os contornos dos alegados crimes cometidos pelo Estado Islâmico no Iraque.
A moção nesse sentido foi aprovada no conselho de Direitos Humanos da ONU. Onze peritos vão recolher informações e devem apresentar um relatório até Março de 2015.No terreno existem “fortes indícios de que graves violações dos direitos humanos e do direito humanitário foram cometidos em áreas sob controlo do Estado Islâmico e grupos associados”, revelou a vice-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos. “Inclui assassinatos, conversões forçadas, sequestros, escravidão, abusos e torturas sexuais e físicas e cercos a comunidades inteiras com base na sua filiação étnica, religiosa ou sectária.”
Flavia Paniseri fala em actos desumanos a uma escala inimaginável e dá o exemplo da perseguição aos cristãos no Iraque.
Um exemplo dessas perseguições foi o que se passou na cidade de Qaraqosh, na semana passada, quando cerca de uma centena de cristãos, que ainda não tinham abandonado a zona, caíram na mão dos jihadistas. As mulheres foram separadas dos homens para serem vendidas como escravas ou para serem forçadas a casar com jihadistas, apurou a Fundação Ajuda à Igreja Sofre, organização pública dependente da Santa Sé.
Dados das Nações Unidas estimam que a violência no Iraque tenha causado pelo menos 1.420 mortes em Agosto, um balanço a que se juntam 1.370 feridos e 600 mil deslocados. É uma cadência negra a cada mês depois de 2.400 mortos em Junho e dos 1737 em Julho.