O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirma que o país vai liderar uma grande coligação internacional contra a ameaça terrorista. “Vamos destruir o Estado Islâmico”, disse.
Numa declaração de 15 minutos, na Casa Branca, Obama apresentou um plano em quatro pontos em que explicou o que vai fazer para combater os jihadistas do Estado Islâmico.
Primeiro ponto: os Estados Unidos vão manter e intensificar os ataques aéreos contra a organização terrorista (já foram feitos mais de 150), mas não só no Norte do Iraque. Podem também ocorrer na Síria (país liderado por Bashar al-Assad - “em quem não podemos confiar”) ou em qualquer outro país onde os jihadistas estejam escondidos (como já aconteceu no Iémen na Somália, com outros grupos terroristas).
“Se ameaçarem a América não vão ter um porto de abrigo”, avisou.
O segundo ponto responde à questão crítica de colocar ou não soldados no terreno. Obama explicou que não enviará tropas de combate para o terreno. Mas os Estados Unidos vão enviar mais 475 especialistas para apoiar e treinar as forças iraquianas no terreno.
Terceiro ponto: Obama confirmou que os serviços secretos vão continuar a trabalhar para tentar perceber as movimentações do Estado Islâmico e cortar-lhe as fontes de financiamento. Por outro lado, estas equipas vão também estar atentas a estrangeiros que tenham estado em contacto com o Estado Islâmico e queiram voltar aos seus países de origem para cometer atentados.
Em quarto lugar, Obama reafirmou que a grande coligação internacional vai continuar também a apoiar as populações que estão a sofrer. A ajuda humanitária vai continuar a chegar.
A maior ameaça do mundo
O líder norte-americano esclareceu ainda que o ISIS (a sigla inglesa do Estado Islâmico) é a maior ameaça que o mundo enfrenta (no Iraque, na Síria, em toda a região e para todos os norte-americanos), mas que esta ameaça não tem a ver com a religião islâmica.
Obama lembra mesmo que “a maioria das vítimas do Estado Islâmico são muçulmanos”.
Os elementos do ISIS são “únicos na brutalidade, matam prisioneiros, matam crianças, forçam e violam mulheres, atacam minorias e em actos bárbaros mataram dois jornalistas norte-americanos”.
Lembrando que tem autoridade para atacar o Estado Islâmico, Obama espera a ajuda do Congresso norte-americano e recorda que dentro de semanas vai voltar a levar o tema também às Nações Unidas.
Apesar de estar convencido que a estratégia vai resultar, o Presidente norte-americano reafirma que, "se nada se fizer", as acções do ISIS "podem alastrar". Mas “será preciso tempo para erradicar um cancro como o ISIS”, reconheceu.
Obama repetiu mais uma vez que esta será uma guerra diferente do conflito no Iraque e no Afeganistão e que “não haverá forças de combate norte-americanas em solo estrangeiro”.