Um regresso às aulas, ou ao que resta delas, em Gaza. Cerca de duzentos mil alunos palestinianos iniciaram o ano letivo este fim de semana, depois de 50 dias de conflito com Israel terem provocado mais de 2.100 mortos no território.
Um regresso com duas semanas de atraso, quando cerca de 50 mil pessoas permanecem refugiadas em vários estabelecimentos de ensino da ONU, 26 escolas ficaram totalmente destuídas e mais de 230 seriamente danificadas pelas semanas de bombardeamentos.
“Não há nada que deseje mais do que ver estes recreios deixarem de ser um terreno de sofrimento e desespero, para voltarem a ser um terreno de aprendizagem e esperança”, afirmou o comissário geral da ONU para os refugiados palestinianos, Pierre Krahenbuhl.
Na Síria, onde mais de metade dos alunos não podem regressar à escola na sequência do conflito que dura desde 2011, a escola Hussein Zein, nos subúrbios de Damasco é uma rara exceção.
“Eu sou de Al-Qusair em Homs. Tivémos que fugir há quatro anos da cidade depois da escola ter sido destruída. Tivémos que refugiar-nos na capital onde estou aqui a estudar para um dia ser engenheiro”, afirma um aluno.
“Quero ir à escola todos os dias, de manhã à noite, no inverno, verão, outono. Faça sol ou neve. Todos os dias, todos os dias, pois a escola é maravilhosa”, afirma outro aluno.
Só este ano, os bombardeamentos do exército sírio provocaram a morte de 800 crianças, destruíndo cerca de 4 mil escolas, a maioria nas zonas rebeldes das províncias de Aleppo e Raqa onde 90% dos alunos não vão poder regressar às aulas este ano.