Cerca de 11 milhões de eleitores vão a votos, esta quarta-feira, em Moçambique. As urnas estão abertas desde as 7h00. O actual Presidente, Armando Guebuza, foi o primeiro a votar, como manda a lei. Afonso Dhlakama, da Renamo, é o eterno candidato e também já votou
As eleições gerais pretendem eleger um novo Presidente da República, uma nova Assembleia e mais de 800 membros das assembleias provinciais para os próximos cinco anos.
Pouco mais de um mês depois de assinado um cessar-fogo entre o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que pôs fim a quase um ano de conflito armado, os líderes dos principais partidos garantiram fazer depender o reconhecimento dos resultados eleitorais da transparência do processo, garantido pela fiscalização de mais de cinco mil observadores nacionais.
A Igreja moçambicana foi mediadora no diálogo entre as duas maiores organizações políticas do país e o bispo de Maputo, D. Francisco Chimoio, mostra-se esperançoso de que a afluência aos comícios seja um indício de interesse pelas eleições.
O bispo de Maputo disse à Renascença que a Igreja não toma partidos, mas admitindo que, num país dirigido pelo mesmo partido (a Frelimo) há 40 anos, a alternância seria positiva. A decisão cabe ao povo, e o mais importante é que sejam feitas escolhas ponderadas, sublinha.
O acordo de paz foi assinado em plena campanha, pelo Presidente Armando Gebuza e pelo líder do maior partido da oposição, Afonso Djakama. A trégua estabeleceu uma amnistia, uma nova lei eleitoral e a desmilitarização do braço armado da Renamo.
A campanha eleitoral durou 40 dias, em algumas ocasiões marcados por desacatos entre os apoiantes das principais forças políticas. No domingo, último dia de comícios, 13 pessoas foram detidas e 16 ficaram feridas em Nampula.