O líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), Afonso Dhlakama, disse que vai contestar as eleições gerais de quarta-feira, que considera “injustas” e marcadas por fraudes, mas promete que “não haverá mais guerra”. “Posso garantir que não haverá mais guerra em Moçambique”, disse à Reuters, citada nesta sábado 18 pela edição on line do jornal “Público”, que faz notar que a declaração é particularmente importante devido ao passado recente do país, onde há apenas mês e meio foi assinado um acordo para acabar com 17 meses de guerra não declarada. A sucessão de ataques ameaçava fazer regressar o país à situação de conflito generalizado que, entre 1976 e 1992, custou a vida a um milhão de vidas.
A contagem parcial de votos aponta para a manutenção no poder da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), com maioria absoluta – ainda que menos expressiva do que na anterior legislatura – e para a eleição, à primeira volta, do seu candidato presidencial, Filipe Nyusi.
Dhlakama, a quem o escrutínio provisório atribui o segundo lugar nas presidenciais, disse que “as pessoas precisam entender que as eleições não foram livres, justas e transparentes”. O líder do principal partido da oposição, antiga guerrilha, acrescentou que a Renamo recorrerá à lei eleitoral para contestar o processo.