O exército do Burkina Faso decretou o recolher obrigatório na capital, depois de um dia marcado por várias manifestações da oposição contra a decisão dos militares de assumirem o poder, após a demissão do presidente Compaoré, na sexta-feira.
Durante o dia de domingo, os soldados tinham dispersado, com tiros para o ar, o protesto da oposição oficial, assim como uma tentativa isolada de uma opositora, Saran Sereme, de se autoproclamar presidente, frente às câmaras da televisão pública.
Pelo menos um manifestante terá morrido durante o tiroteio nas imediações dos estúdios do canal público.
O novo presidente interino do país, o tenente coronel Isaac Zida, dirigiu-se esta noite às forças políticas do país, por comunicado, para afirmar que está aberto ao diálogo para assegurar a transição até às próximas eleições, dentro de 90 dias.
Zida afirmou, no entanto, que qualquer “tentativa de desestabilização será severamente reprimida”.
Horas antes, o exército dispersava os milhares de manifestantes convocados pela oposição, no centro da capital, que protestavam contra o que consideram ser “a confiscação do poder pelos militares”.
Num comunicado, a União Europeia, sublinhou, esta noite, a necessidade de uma transição democrática, liderada por civis.