Começou este sábado em Brisbane, na Austrália a cimeira do G20, que reúne os representantes dos países mais industrializados do mundo e das principais economias emergentes.
O tema central desta cimeira, de dois dias, é o crescimento económico, mas a situação na Ucrânia, as relações com a Rússia, o ébola e as alterações climáticas também ganham algum protagonismo.
Putin sobre pressão
Durante a cimeira o regime de Moscovo foi pressionado a travar o conflito na Ucrânia pelos países ocidentais, com a ameaça de mais sanções.
Barack Obama, por exemplo, disse que a agressão da Rússia contra a Ucrânia é “uma ameaça para o mundo, como se viu no horrível abate do voo MH17”.
A chanceler alemã, Angela Merkel reforçou a ideia ao considerar mais sanções financeiras a Moscovo, já que “a situação actual não é satisfatória”.
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, acrescentou que os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros vão reunir-se, na próxima segunda-feira, para analisar a situação.
De acordo com um porta-voz do Kremlin, Putin encontrou-se com o primeiro-ministro britânico David Cameron e os dois líderes expressaram vontade de reconstruir as relações entre os dois países, abaladas pela crise da Ucrânia. O presidente russo esteve ainda reunido com o seu homólogo francês François Hollande.
As alterações climáticas na mesa
Durante a sua intervenção, o presidente dos Estados Unidos levantou ainda o tema das alterações climáticas ao anunciar que o seu Governo vai dar três mil milhões de dólares (cerca de 2.3 mil milhões de euros) a um fundo internacional para ajudar os países mais pobres a lidar com os efeitos do fenómeno.
“A incrível glória natural da Grande Barreira de Recife está ameaçada. Este último Verão foi o mais quente de sempre a nível mundial. Nenhuma nação é imune e todas as nações têm responsabilidade de fazer o seu papel”, afirmou.
A (falta de) acção contra o ébola
O ébola também esteve na mesa da cimeira onde os países envolvidos se comprometeram a mobilizar recursos para combater a epidemia que já matou mais de cinco mil pessoas.
Contudo a especificidade desses recursos não foi estabelecida, o que mereceu críticas de várias frontes como de Friederike Roder. O porta-voz da ONE (uma organização que luta contra a pobreza e a prevenção de doenças) considerou que o acordo “não tem substância”.
“Onde estão as acções concretas a que os membros do G20 se comprometeram para controlar a epidemia?”, acrescentou.