O antigo primeiro-ministro José Sócrates foi detido para interrogatório no aeroporto de Lisboa quando chegava de Paris. A noticia foi avançada pelo "Sol".
A Procuradoria-Geral da República confirma, numa nota, a detenção de José Sócrates no âmbito de um processo em que se investigam "suspeitas de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção".
Sócrates vai ser ouvido este sábado. Há mais três detidos nesta operação, mas os nomes não são conhecidos.
É a primeira vez na história da democracia portuguesa que um ex-primeiro-ministro é detido para interrogatório judicial.
A 30 de Julho de 2014 a Procuradoria-Geral da República divulgou um esclarecimento sobre a notícia da revista "Sábado" que dava conta que Sócrates estava sob "apertada vigilância".
"Na sequência de notícias vindas a público nas últimas horas, esclarece-se que José Sócrates não está a ser investigado nem se encontra entre os arguidos constituídos no Processo Monte Branco", dizia a PGR em comunicado na altura.
Em Outubro, a Renascença teve informação de que a detenção de Sócrates podia estar por dias, mas a Procuradoria, questionada sobre o assunto e sobre que processo podia envolver José Sócrates, respondeu-nos que nada havia a acrescentar ao comunciado de Julho.
Segundo o "Correio da Manhã", Sócrates abandonou as instalações do DCIAP à 01h19.
Comunicado da PGR de 22 de Novembro
No âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público e que corre termos no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), e onde se investigam suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, na sequência de diligências, desencadeadas nos últimos dias, foram efetuadas quatro detenções.
Entre os detidos encontra-se José Sócrates.
Três dos detidos foram presentes ao juiz de instrução criminal durante o dia de sexta-feira, sendo que os interrogatórios serão retomados este sábado. Também este sábado, o quarto arguido será presente ao juiz de instrução.
Foram ainda realizadas buscas em vários locais, tendo estado envolvidos nas diligências quatro magistrados do Ministério Público, e sessenta elementos da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Polícia de Segurança Pública (PSP), entidades que coadjuvam o Ministério Público nesta investigação.
O inquérito, que investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível, encontra-se em segredo de justiça.
Esclarece-se também que esta investigação é independente do denominado inquérito Monte Branco, não tendo tido origem no mesmo.
Fonte: RR