A lava que está a ser expelida pelo vulcão da ilha cabo-verdiana do Fogo já destruiu 15 habitações, 14 cisternas, 15 currais e duas casas de apoio aos agricultores de Portela, a principal povoação de Chã das Caldeiras.
A confirmação foi dada à agência Lusa por Hélio Semedo, geólogo do Instituto Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (INPCB) cabo-verdiano, indicando que o perímetro agrícola também está a ser devorado pela lava.
O responsável informou que, por volta das 18h00 locais (19h00 em Lisboa), a velocidade da lava diminuiu - estava a três metros por hora -, mas considerou que se o vulcão continuar com a mesma actividade, dentro de quatro dias os detritos poderão chegar à escola da Portela, espaço onde está montado todo o contingente de segurança da Protecção Civil, Cruz Vermelha e polícia.
Ao início da tarde, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, visitou Chã das Caldeiras para se inteirar de perto da situação e a comitiva fez os dois últimos quilómetros a pé porque a estrada, que tinha sido aberta duas horas antes, foi "engolida" pelas lavas.
Hélio Semedo confirmou que, por volta das 18h00 locais, a via estava praticamente reconstruída e os residentes tinham começado a retirar os seus pertences da área de Chã das Caldeiras para locais mais seguros.
Em declarações à Lusa, José Maria Neves, sem precisar locais, avançou a probabilidade de se vir a construir outra aldeia, caso Chã das Caldeiras fique inabitada com a erupção vulcânica.
A lava aproxima-se também da Cooperativa de Viticultores de Chã das Caldeiras, e em risco estão mais de 200 mil litros de vinho da colheita deste ano, mais algumas centenas de litros de 2013.
O vulcão do Fogo entrou em erupção domingo, depois da última que ocorreu em 1995 e da registada em 1951.
Até agora não há registo de vítimas.