O Parlamento francês vota esta sexta-feira uma deliberação para o reconhecimento da soberania do Estado palestiniano. A esmagadora maioria dos partidos franceses considera que o conflito israelo-palestiniano só pode ser resolvido através da criação de um Estado democrático e soberano que coexista pacificamente com Israel.
A iniciativa não tem carácter vinculativo, mas tem como objectivo acelerar o processo de reconhecimento por parte do Governo de Paris.
Um argumento replicado em várias capitais europeias. Há duas semanas a Suécia, inaugurou na União Europeia uma vaga de simpatia que parece agora alastrar a outros Estados membros.
Por cá, o assunto tem discussão agendada para 9 de Dezembro na Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros.
Sérgio Sousa Pinto, que preside aos trabalhos, é autor de uma proposta de resolução que será apreciada pelos vários grupos parlamentares.
À Renascença, o deputado socialista considera que há boas razões para acreditar num consenso alargado.
"Já tive indicações de todos os partidos de que existe uma boa vontade de princípio. As questões políticas de fundo não se vão interpor à aprovação desta deliberação, mas há questões que têm que ser tratadas com os diferentes partidos. Seria desejável que Portugal, através do seu Governo, tomasse uma posição", disse.
O argumento é partilhado pelos grupos parlamentares da maioria. António Rodrigues, do PSD, defende que, quanto mais rápido for o reconhecimento da soberania palestiniana, mais eficazes serão os esforços de paz na região.
Já o PCP está a analisar os termos da proposta apresentada pelo PS. Carla Cruz, deputada comunista na comissão parlamentar de negócios estrangeiros, lamenta a forma como o Governo português tem tratado este assunto.
Este assunto vai ser discutido já no início do próximo mês pela comissão parlamentar dos negócios estrangeiros.