Os presidentes dos Estados Unidos e Cuba, Barack Obama e Raúl Castro, anunciaram esta quarta-feira o início da normalização das relações entre os dois países, cortadas há mais de meio século. Será aberta uma embaixada dos Estados Unidos em Havana, Cuba, pela primeira vez em mais de 50 anos.
O Presidente Obama admitiu que a política de isolamento não resultou com Cuba. Neste dia, "a América liberta-se das algemas da história". “Acredito que podemos fazer mais pelo povo cubano”, disse o Presidente norte-americano numa declaração pública. "Aos cubanos, os Estados Unidos oferecem uma mão amiga", acrescentou.
Obama disse que vai falar com os membros do congresso para anular o embargo comercial, financeiro e económico imposto pelos Estados Unidos a Cuba depois da revolução de 1959 que levou o comunista Fidel Castro ao poder.
Obama e Castro contaram que falaram pelo telefone na terça-feira para discutir os últimos pontos da libertação de Alan Gross, um americano preso em Cuba há cinco anos, que desencadeou a retoma de conversações entre os dois países.
Barack Obama e Raúl Castro, que discursaram simultaneamente durante a tarde desta quarta-feira, agradeceram ao Papa Francisco e ao Vaticano, respectivamente, o seu envolvimento na mediação da troca de prisioneiros que ajudou a desbloquear as relações EUA-Cuba.
"Devemos aprender a arte de conviver de forma civilizada com as nossas diferenças", disse o Presidente cubano no fim da sua intervenção. Ao povo cubano, Castro prometeu que as negociações aconteceram "sem abrir mão de um único" dos princípios da Revolução Cubana e depois de "grandes perigos, sanções, adversidades e sacrifícios".