Ao início da tarde, Kerry e Poroshenko têm prevista uma conferência de imprensa conjunta, na qual se esperam novidades sobre o conflito da Ucrânia com os separatistas, no leste do país, e o desejado fornecimento de armas americanas ao exército ucraniano, do qual o Presidente ucraniano se assume confiante.
“Não tenho a mais pequena dúvida do fornecimento de armas à Ucrânia pelos Estados Unidos e pelos nossos outros parceiros. Temos capacidade para nos defendermos. Devido à reputação que a Ucrânia tem e à sua autoridade, esta é uma posição responsável. Nós somos autoridades de paz”, defendeu Petro Poroshenko, numa conferência de imprensa realizada terça-feira.
Em declarações publicadas esta quinta-feira na Alemanha, o chefe de Estado ucraniano reforça a necessidade de um maior apoio dos aliados. “O escalar do conflito que se está a fazer sentir e o crescente número de mortos entre os civis – em especial depois dos ataques terroristas em Volnovakha e Donetsk assim como o bombardeamento de Mariupol – devem levar a aliança a providenciar mais apoio à Ucrânia”, lê-se na entrevista ao jornal Die Welt, com Poroshenko a destacar: “E isso inclui, entre outras coisas, o fornecimento de armamento sofisticado para proteção e resistência face aos agressores.”
Os Estados Unidos estão ainda a ponderar a cedência deste armamento para reforçar a resistência ucraniana face aos separatistas do leste. Washington divide-se, mas já se ouvem vozes concordantes. “Estou inclinado a seguir nessa direção”, afirmou Ash Carter, o secretário de Defesa americana nomeado em dezembro pelo Presidente Barack Obama, em substituição de Chuck Hagel.
Carter falava durante a sua confirmação perante o Senado norte-americano e explicou a inclinação para a cedência das armas a Kiev com o dever de “ajudar os ucranianos a defenderem-se”, recusando-se a falar “sobre a natureza dessas armas” por não ter ainda debatido o tema com o Pentágono.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, apressou-se a minimizar a “inclinação” do prestes a ser confirmado secretário da Defesa. “Notei que o senhor Carter mencionou na sua audição de que é um forte defensor da linha de comando e ele certamente percebe que o comandante-chefe está no topo dessa linha de comando. Uma decisão como esta é tomada pelo comandante-chefe”, lembrou Earnest.
Também a porta-voz de John Kerry meteu alguma água na fervura e disse que este é um tema ainda em discussão. “É óbvio que há um vasto horizonte de pontos de vista e opiniões dentro da Administração. É por isso que temos discussões internas”, afirmou Jen Psaki.