A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (conhecida pela sigla UNRWA, em inglês) alerta para a situação dos milhares de refugiados palestinianos encurralados no campo “devastado” de Yarmouk, na Síria.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) confirmou que o autodenominado Estado Islâmico lançou, quarta-feira passada, uma ofensiva com a colaboração da Frente al-Nusra, o braço sírio da Al-Qaeda, tendo assumido o controlo de 90% do campo, onde habitam 18 mil pessoas, entre as quais 3.500 crianças.
“Os níveis para a sobrevivência caíram para uma situação desumana”, disse Chris Gunness, porta-voz UNRWA, acrescentando que os refugiados não têm comida, água e existem muito poucos medicamentos. Há um “conflito armado intenso nas ruas, as pessoas recolhem-se às suas casas, demasiado aterrorizadas para se moverem.”
A aviação síria também está a efectuar bombardeamentos aéreos. “Todos os grupos terroristas são um alvo para nós”, disse fonte governamental. Já a agência oficial Sana confirmou apenas que o campo está “sob controlo de grupos terroristas armados”.
As Nações Unidas defendem uma pausa na violência para se proceder à evacuação do campo.
“As vidas dos civis em Yarmouk nunca estiveram tão profundamente ameaçadas”, sublinha a ONU.
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) também já lançou um apelo internacional para ajudar a retirar os civis. “Há relatos de raptos, decapitações e execuções em massa em Yarmouk, que está a ser alvo de uma campanha brutal de ocupação”, descreveu à CNN Saeb Erekat, um alto membro da OLP. Entre as vítimas encontram-se vários militantes e dirigentes locais do Hamas, o grupo islamita que luta pela libertação da Palestina.
A agência de notícias síria avançou que cerca de duas mil pessoas, foram retiradas na sexta-feira e sábado do campo para abrigos na zona limítrofe de Zahira.
O campo de refugiados palestinianos de Yarmouk localiza-se a cerca de sete quilómetros do centro da capital da Síria, tendo sido criado em 1957.