Centenas de combatentes do autodenominado Estado Islâmico (EI) retiraram-se do campo de refugiados palestinianos de Yarmouk, nos arredores de Damasco, na Síria, segundo relatos de residentes e de uma fonte oficial palestiniana citados pela agência Reuters.
Yarmouk tinha sido invadido por combatentes do grupo terrorista no dia 1 de Abril. Cerca de 18 mil refugiados, 3.500 dos quais crianças, ocupavam, à data, o campo de refugiados.
Yarmouk era um ponto estratégico para os jihadistas, por ser uma base de apoio a poucos quilómetros da capital Damasco, centro de poder do Presidente sírio Bashar al-Assad.
A retirada dos jihadistas torna a Frente al-Nusra, braço sírio da Al-Qaeda, no grupo maioritário dentro do campo. Os jihadistas retirados terão regressado à vizinha Hajar al Aswad, local de onde tinham lançado o ataque a Yarmouk, no início do mês, deixando a ideia de que a entrada teve apenas como objectivo expulsar os militantes do grupo palestiniano Aknaf al Maqdis, ligado ao Hamas.
A Frente al-Nusra foi acusada por grupos rivais de ter facilitado a entrada dos militantes do Estado Islâmico no campo de refugiados. Apesar de o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra serem grupos rivais, ambos se posicionam contra o Aknaf al Maqdis, que tem lutado, dentro do campo, contra as investidas dos jihadistas. A Frente al-Nusra, no entanto, tem-se mantido à margem dos últimos confrontos militares, segundo relatos de residentes.
As forças do regime sírio têm mantido o cerco apertado fora do campo.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente já não conseguia enviar comida nem caravanas humanitárias para Yarmouk desde a mais recente fase de combates. Comida, água e medicamentos escasseavam dentro do campo.
A ONU já se tinha posicionado a favor de uma pausa nos confrontos, apelando à retirada dos refugiados. Fontes palestinianas estimam que cerca de 2.500 civis conseguiram abandonar o campo desde o início da sua ocupação pelos jihadistas.