Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se, esta quinta-feira, em Bruxelas, numa cimeira extraordinária. Em cima de mesa está a questão dos imigrantes que continuam a chegar, e a morrer para chegar à costa europeia. O objetivo do encontro é acordar medidas concretas para evitar que mais pessoas morram no Mediterrâneo.
Um encontro marcado pelo Presidente do Conselho Europeu depois do naufrágio de uma embarcação com imigrantes ilegais, no domingo, que provocou a morte a mais de 800 pessoas:
“Temos de melhorar as operações de salvamento mas precisamos de discutir a distribuição dos refugiados pela Europa, de lutar contra as redes de tráfico e de fazer alguma coisa para estabilizar os Estados do sul, particularmente, a Líbia”, explicou Frank-Walter Steinmeier, ministro dos Negócios Estrangeiros alemão.
O Primeiro-ministro italiano Matteo Renzi critica a atuação da União Europeia nesta matéria:
“Este tipo de prioridades é o que não queremos. A União Europeia parece uma assembleia de países membros de um clube económico.”
Os líderes europeus vão debater um plano de 10 ações que prevê, por exemplo, o fortalecimento das operações de busca e salvamento, através do reforço do financiamento e dos meios de patrulha.
No final de 2014 terminou a operação italiana Mare Nostrum que patrulhava uma área que se estendia a 100 milhas náuticas para sul de Lampedusa e que salvou milhares de vidas. A União Europeia implementou uma nova abordagem, a operação Tritão, que patrulha apenas a costa italiana e de Malta, longe do local onde acontecem a maioria dos acidentes.
Desde o início do ano morreram cerca de 1800 pessoas a tentar chegar à Europa, até ao final de abril de 2014 tinha morrido uma centena.