Os líderes europeus comprometeram-se, esta quinta-feira, em triplicar o orçamento da missão Tritão, responsável pelas operações de patrulha e salvamento no mar Mediterrâneo.
A missão vai passar a ter cerca de nove milhões de euros mensais e terá mais apoio logístico dos 28. Vários países disponibilizaram, ainda, barcos e helicópteros.
A decisão foi anunciada no final do Conselho Europeu extraordinário convocado na sequência do naufrágio que matou cerca de 800 pessoas no domingo.
Na conferência de imprensa final, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que foram propostas ações para “capturar e destruir os barcos dos traficantes antes destes serem usados”. Tusk sublinhou que isso será feito “respeitando a lei internacional e os direitos humanos”.
A França e o Reino Unido vão propor uma resolução às Nações Unidas para destruir os barcos dos traficantes, naquela que é uma decisão inédita no combate à emigração clandestina.
De fora das decisões do Conselho Europeu ficou a ideia da imposição de quotas migratórias para uma distribuição proporcional dos refugiados. A medida foi proposta pelo próprio presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que lamentou a falta de ambição dos 28.
“Gostaria que tivéssemos sido mais ambiciosos mas isso não foi possível. Ainda assim, as conclusões permitem-nos continuar a trabalhar no tema e veremos no que dá em meados de maio”, declarou Jean-Claude Juncker, em referência à agenda europeia para as migrações.
Por outro lado, no segundo semestre do ano, Malta será palco de uma cimeira organizada pela União Europeia e pela União Africana para tratar das causas da emigração.
Da reunião de hoje saiu ainda a promessa de Bruxelas debater também a questão da imigração legal.