Omar al-Bashir chegou triunfante a Cartum depois de escapar à Justiça na África do Sul.
As autoridades sul-africanas permitiram a saída do presidente do Sudão, que participava numa cimeira em Joanesburgo, apesar do mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional.
O Supremo Tribunal da África do Sul criticou o governo de Pretória, que acusou de violar a Constituição.
O juíz Dunstan Mlambo explica que “falhou em dar os passos necessários para deter Bashir, o que não está de acordo com a Constituição de 1996”.
O executivo sul-africano tinha concedido imunidade a todos os participantes na cimeira da União Africana, mas a ONU frisou a necessidade de respeitar a autoridade do Tribunal Penal Internacional.
Thokwane Moloto, advogado do TPI, diz que “o impacto da sua saída [do país] é equivalente a uma derrota da finalidade da Justiça ou de um desrespeito do tribunal, porque o seu país é membro das Nações Unidas”.
O presidente sudanês é acusado pelo tribunal de Haia de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a Humanidade no Darfur, onde foram mortas cerca de 300 mil pessoas desde 2003, segundo a ONU.