As primeiras medidas de reforma e de austeridade só foram aprovadas porque o primeiro-ministro grego conseguiu o apoio da oposição.
Esta aprovação abre a possibilidade de os europeus concederem ao país um empréstimo de emergência de sete mil milhões de euros e um eventual terceiro resgate para garantir parte das necessidades de financiamento da Grécia nos próximos três anos, avaliadas em 83 mil milhões de euros.
O Eurogrupo na manhã desta Quinta-feira, por teleconferência, e ao fim do dia será a vez do conselho de governadores do Banco Central Europeu. Os ministros das Finanças têm de avaliar a credibilidade das medidas aprovadas e tentar encontrar uma solução para enviar para Atenas sete mil milhões de euros, a tempo de evitar que a Grécia entre também em incumprimento com o BCE. Na segunda-feira, 20 de Julho, o Estado grego deverá pagar 3,5 mil milhões de euros de títulos de dívida a cinco anos que emitiu em 2010.
Tsipras afirmou no parlamento que se sente orgulhoso da "batalha da dignidade" que travou e acredita que esse esforço trará frutos para a Grécia e para a Europa. "Tinha a escolha entre um acordo com o qual não concordo, ou um incumprimento descontrolado, ou a saída temporária do euro proposta por Schäuble", argumentou. "Fui chantageado; não havia boas opções e eu escolhi a menos má".
O pacote de medidas só foi, assim, aprovado porque o primeiro-ministro grego conseguiu o apoio da oposição e do partido júnior da coligação. Panos Kammenos, líder do Anel, explicou que votou "contra a sua consciência a favor do acordo" porque "se este governo cai esta noite não haverá mais esperança nem para a Grécia nem para a Europa".
"Eu não fujo às minhas responsabilidades", disse o primeiro-ministro ainda antes da votação, garantindo que batalhou pelos gregos, embora com "erros e omissões", pelas quais assume também a responsabilidade. "Não vamos recuar na nossa promessa de combater até ao fim pelos direitos dos trabalhadores", acrescentou.