Mais de um milhar de pessoas foram retiradas das águas do Mediterrâneo durante o fim-de-semana quando tentavam chegar à Europa, revelou a guarda costeira de Itália.
Só no domingo, foram retiradas 671 pessoas, incluindo 48 crianças, que seguiam em embarcações lotadas, em cinco operações de resgate.
No sábado, tinham já sido retirados 400 migrantes ao largo da costa da Líbia, com o auxílio da organização não-governamental Médicos sem Fronteiras.
A Itália é, com a Grécia, um dos principais pontos de chegada de milhares de imigrantes que tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, cerca de 224 mil migrantes e refugiados atravessaram o Mediterrâneo nos primeiros sete meses deste ano. Destes, 124 mil desembarcaram na Grécia e 98 mil em Itália.
Durante o mesmo período, mais de 2.100 pessoas perderam a vida no mar ou estão dadas como desaparecidas.
Quase todas estas pessoas atravessaram o Mediterrâneo, muitas vezes em embarcações frágeis e em condições precárias, mediante um pagamento a redes de tráfico de seres humanos.
"A maioria das pessoas que atravessa o Mediterrâneo são refugiados que fogem da guerra e da perseguição, e não migrantes económicos", disse porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), William Spindler, salientando que a guerra civil síria é responsável por 38% das chegadas verificadas até Julho último. No top de nacionalidades segue depois a Eritreia (12%), Afeganistão (11%), Nigéria (5%) e a Somália (4%).
Mais de 660.000 pessoas pediram asilo a países europeus em 2014, o número mais alto registado, e, no final do ano, mais de meio milhão de candidatos aguardavam uma decisão sobre o seu pedido.