Em três dias, o Mediterrâneo assiste a dois naufrágios com embarcações cheias de refugiados e migrantes. Na madrugada desta segunda-feira, pelo menos 37 pessoas perderam a vida junto à costa da Líbia.
As informações disponíveis indicam que a Cruz vermelha de Tripoli está a tentar resgatar corpos, mas a falta de meios está a dificultar as operações. Desconhece-se ainda quantas pessoas estavam a bordo da embarcação que naufragou.
A Líbia é hoje país marcado por uma acentuada instabilidade política e, por isso, um verdadeiro corredor de fuga para milhares de pessoas, apanhadas pelas redes do tráfico de seres humanos.
Na última sexta-feira, num duplo naufrágio, terão morrido mais de 200 refugiados.
Mas a tentativa de entrar na União Europeia com vista a uma vida melhor e mais segura também se faz por terra. Na semana passada, foram encontrados dois camiões com refugiados lá dentro.
No primeiro caso, não havia sobreviventes no interior do veículo, encontrado abandonado no leste da Áustria, junto à fronteira com a Hungria. Morreram 71 pessoas, incluindo crianças.
Na sexta-feira, a polícia austríaca encontrou mais um camião, desta vez com 26 pessoas a bordo, oriundas da Síria, do Afeganistão e do Bangladesh. Três eram crianças em condição crítica e que receberam assistência médica.
Neste quadro de tragédias consecutivas, o Papa renova os apelos à cooperação internacional. É urgente, diz Francisco, impedir estes crimes que "ofendem toda a família humana".
No plano político, está já agendada para 14 de Setembro, em Bruxelas, uma reunião dos ministros do Interior da União Europeia para discutir a crise dos refugiados. No encontro, vão discutir-se novas iniciativas de reforço da resposta europeia.