As imagens filmadas e, sobretudo, a fotografia respectiva correm o mundo desde esta quarta-feira e deram um nome e um rosto à vaga de imigrantes que tentam chegar à Europa.
Chamava-se Aylan Kurdi, tinha 3 anos e deu à costa, morto, em Bodrum, uma das estâncias turísticas chiques da Turquia.
A imprensa do mundo inteiro fez, esta quinta-feira, manchete com a fotografia – e a história – do pequeno Aylan.
Aylan tinha um irmão – Galip, de 5 anos – e uma mãe – Rehan. Também eles morreram na tentativa de encontrarem a paz na Europa.
Fugiam de Kobani, na Síria. Fugiam da guerra civil e do Estado Islâmico. Tinham tentado uma imigração legal para o Canadá, onde mora uma tia. Mas foi-lhes recusada.
Agora, o pai, Abdullah Kurdi, o único que sobreviveu, já só quer regressar a Kobani: “O barco virou-se. As ondas eram altíssimas. Quando consegui pegar na minha mulher e nos meus filhos nos braços, percebi que já estavam mortos. Agora, tudo o que quero é ficar perto das campas dos meus filhos.”
Uma estória de imigrantes sírios igual à de tantos outros mas que, desta vez, pela força das imagens, chocou o mundo: chocou os cidadãos comuns, chocou as redes sociais mas também e por uma vez, chocou os líderes políticos um pouco por toda a Europa.