José Mário Vaz, nomeou na noite desta segunda-feira o novo Governo do país, pondo fim a uma crise política que se arrastava há dois meses. José Mário Vaz demitiu em agosto o Executivo liderado por Domingos Simões Pereira e desde então a Guiné-Bissau já foi governada por três primeiros-ministros.
A decisão foi tomada depois de José Mário Vaz e o primeiro-ministro do país, Carlos Correia, terem falhado as negociações para a formação de um novo Governo. À saída de uma reunião com o Presidente, esta segunda-feira, Carlos Correia anunciou aos jornalistas não acreditar que a composição do novo Executivo pudesse ser conhecida no mesmo dia, uma vez que o Presidente mostrava “insistência em cortar nomes”. Correia defendeu que já teria feito “todas as concessões necessárias” para conduzir o processo a bom porto.
No entanto, o Presidente da República acabou mesmo por anunciar a composição do novo Governo, através de um decreto publicado já durante a noite desta segunda-feira. José Mário Vaz nomeou 15 ministros e 14 secretários de Estado, mas falta ainda saber quem irá assumir as pastas da Administração Interna e dos Recursos Naturais, que ficarão por agora a cargo do primeiro-ministro.
O Presidente da República justificou no próprio decreto que “o prolongamento das discussões tendentes a uma melhoria substantiva da proposta do elenco governamental não é compatível com a necessidade e urgência na nomeação do novo executivo”, conforme cita a Lusa.
O Presidente da República português, Cavaco Silva, aproveitou a Assembleia Geral das Nações Unidas que decorreu no início deste mês, em Nova Iorque, para apelar ao secretário-geral da instituição que a Guiné fosse pressionada a resolver os seus problemas de política interna. Na altura, Cavaco Silva revelou ter solicitado que fosse organizada uma reunião do grupo de contacto internacional até ao final do ano para debater a instabilidade política na Guiné-Bissau.